quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Serra e Aécio fecham pacto de não-agressão na eleição municipal

31/01/2008 - 11h01

CATIA SEABRA
da Folha de S.Paulo

Potenciais candidatos à Presidência, os governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, selaram um pacto de não interferência na sucessão municipal. Num jantar que invadiu a madrugada de ontem, os dois acertaram que não vão interferir na decisão que o PSDB tomar nas disputas pelas prefeituras das capitais paulista e mineira.

Embora já tenha defendido publicamente a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin à Prefeitura de São Paulo, Aécio disse que respeitará a decisão do PSDB no município.

"Certamente, será em São Paulo que as decisões serão tomadas em relação à candidatura do partido ou alianças. Devemos respeitar a decisão que vier a ser tomada pela instância paulista, da mesma forma que os nossos companheiros de outros Estados respeitarão a decisão que vier a ser tomada em Belo Horizonte", disse Aécio.

Na conversa, Serra defendeu o lançamento de um candidato único à Prefeitura de São Paulo, seja ele Geraldo Alckmin ou o atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM). Apesar de sua evidente torcida por Kassab, Serra teria afirmado que não faz restrições à candidatura de Alckmin.

Risco

Além de temer o constrangimento ao longo da campanha, Serra teria descrito a dissolução da aliança PSDB-DEM como um risco à administração. Segundo as contas de Serra, os tucanos ocupam 80% da prefeitura e teriam de deixar os cargos em caso de ruptura.

Serra teria relatado a Aécio o mal-estar entre os vereadores, alguns deles dispostos a declarar apoio a Kassab. Da mesma forma, Aécio justificou a costura de uma aliança com o PT em Minas. Segundo Aécio, a articulação desagradaria mais aos petistas que aos tucanos. Na capital, Eduardo Azeredo seria o nome mais forte para a disputa.

"Deu para entender melhor o que está acontecendo em Minas", afirmou Serra, sem demonstrar incômodo com a possível aliança PSDB-PT: "A eleição municipal tem dinâmica própria. Há gente que atribui à eleição municipal um caráter nacional que ela não tem. Alguma coisa tem. Mas não é tanto quanto se imagina. Há uma realidade local que pesa muito".

Os dois se comprometeram a deixar a corrida presidencial para o ano que vem. Reclamando do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Aécio mostrou uma pesquisa segundo a qual 86% dos mineiros querem que concorra à Presidência em 2010. Aécio argumentou que não tem outra alternativa a não ser corresponder à expectativa de seu eleitorado, lançando-se na disputa presidencial.

O governador de Minas disse que, mais tarde, poderia até desistir da corrida presidencial. Mas não admitiria ser atropelado. Ele se referia às declarações de Fernando Henrique favoráveis à candidatura de Serra em 2010: "Não é hora de antecipar o calendário eleitoral".

Serra declarou que, com sua grande exposição, é inevitável que FHC acabe falando demais nas entrevistas que concede.

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.