sábado, 29 de dezembro de 2012

Prefeitos derrotados nas eleições deixam cidades ao abandono (Postado por Lucas Pinheiro)

SÃO PAULO, RECIFE E RIO - Às vésperas da troca de prefeitos, a população e os servidores de vários municípios do país enfrentam problemas como a ausência de serviços públicos básicos e atrasos de salários. Em alguns estados, o Ministério Público foi à Justiça para garantir que prefeituras mantenham pagamentos em dia, repassem as contas em ordem aos prefeitos eleitos e mantenham serviços essenciais à população. Mesmo assim, muitas cidades pelo país enfrentam situação de abandono, com lixo na rua, falta de atendimento médico e serviços paralisados.

O descaso com que prefeitos não reeleitos ou que não conseguiram eleger seus indicados tratam os municípios não é “privilégio” de cidades pequenas onde as relações políticas costumam ser mais paroquiais. Em capitais, como Recife, Manaus e Teresina, e em regiões metropolitanas, como Grande Rio e Grande São Paulo, a limpeza pública deixou de funcionar, e diversos lugares estão abandonados e ocupados por mendigos.

Na capital pernambucana, onde o petista João da Costa foi impedido pelo PT de disputar a reeleição, o descaso é visível. Há lixo acumulado em praças, calçadas e até em paradas de ônibus, e ruas esburacadas. A imagem de abandono não se restringe a bairros populares e afastados, e está presente em áreas centrais de Recife e mesmo naquelas consideradas nobres, como Boa Viagem, Casa Forte e Apipucos.

Costa negou que as ruas estejam sem coleta de lixo, mas reconheceu problemas na manutenção da cidade, que atribuiu à queda de arrecadação em 2012 e ao esforço da prefeitura para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal e para entregar a máquina com as finanças saneadas ao sucessor, Geraldo Júlio de Mello (PSB).

— Em 2012, tivemos uma queda de R$ 86 milhões na arrecadação de FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias), e fomos obrigados a desenvolver um esforço maior para fecharmos as contas. Por esse motivo, realmente houve prejuízo na manutenção da cidade — afirmou.

Em Natal, lixo pelas ruas

Em Natal, a coleta de lixo parou no dia 24 de dezembro porque a prefeitura deixou de pagar as quatro empresas que realizam o serviço. Em dezembro, deveriam ser pagos R$ 5,8 milhões, mas apenas R$ 250 mil foram transferidos à Urbana, empresa responsável pelo serviço. O presidente da Urbana, João Bastos, chegou a pedir o bloqueio de R$ 5 milhões da conta da prefeitura para honrar a dívida. Na manhã desta sexta-feira, a prefeitura conseguiu repassar mais verba, atingindo R$ 4,3 milhões.

— Deu uma aliviada grande, fôlego para retomar o serviço. Vamos trabalhar para chegar ao réveillon com a cidade limpa — disse Bastos.

A prefeita Micarla de Sousa (PV) havia sido afastada do cargo pela Justiça em outubro passado, por suspeita de fraude em licitações. Um mês antes, o índice de reprovação da gestão de Micarla, segundo pesquisa Ibope, alcançava 95%. Desde a saída dela, a prefeitura passou pelas mãos do vice-prefeito Paulinho Freire (PP), que renunciou para ser diplomado vereador, e do vice-presidente da Câmara, Ney Lopes Jr. (DEM), que não encontrou dinheiro em caixa para honrar a dívida. Edivan Martins (PV) abriu mão de assumir o cargo e renunciou à presidência da Câmara.

Às vésperas do encerramento de sua curta gestão, Lopes Jr. ainda tentava também pagar parte dos servidores públicos. Do total da folha de pagamentos, incluído o 13º salário, faltavam 12%. O prefeito eleito, Carlos Eduardo Alves (PDT), toma posse na próxima terça-feira com a tarefa de recuperar o caixa da prefeitura e garantir a oferta de serviços básicos.

Em Manaus, a coleta de lixo também falhou depois do Natal. A prefeitura, que passará de Amazonino Mendes (PDT) para Artur Virgílio (PSDB), alega que o problema foi o aumento na geração de resíduos no período de festas.

Na Região Metropolitana do Rio, os municípios de Duque de Caxias, Belford Roxo e Mesquita enfrentam problemas de falta de coleta de lixo. Os moradores passaram o Natal com lixo nas ruas. Em nota, a prefeitura de Mesquita disse ser “notório para a população que nos últimos 30 dias a coleta de lixo domiciliar e de entulho vem ocorrendo de forma irregular. A empresa Locanty, contratada há oito anos para executar esse serviço, está passando por dificuldades por conta de problemas ocorridos em outros municípios. A prefeitura de Mesquita está rigorosamente em dia com a empresa, e temos cobrado que o município não seja prejudicado”.

Problemas também em São Paulo

Na Grande São Paulo, moradores de Jundiaí, Ferraz de Vasconcelos e Várzea Paulista têm convivido com lixo. Em Ferraz de Vasconcelos, município com 186 mil habitantes, até 2011, a prefeitura depositava o lixo num aterro sanitário de Itaquaquecetuba, município vizinho. Com o fechamento do aterro, abarrotado, a cidade teve que passar a levar o lixo para um aterro na Rodovia Fernão Dias, a 150km de distância. Em seu último ano de gestão, o prefeito Jorge Abissamra (PSB) manteve apenas oito caminhões na coleta. O serviço, realizado pela própria prefeitura, piorou.

— Caminhão de lixo tem vida útil pequena, quebra muito. É complicado. Somos o segundo município mais pobre de São Paulo — lamenta Jorge Campos, secretário de Comunicação de Abissamra.

Apesar de o lixo continuar amontoado pelas ruas, Campos afirmou que Abissamra e o prefeito eleito entraram num acordo: três caminhões de lixo foram alugados para substituir os que quebraram este mês e foi contratada uma empresa para fazer a coleta a partir do dia 1º de janeiro. Mesmo assim, o novo prefeito terá de buscar novas soluções para o problema. O transbordo do lixo dos caminhões de coleta para carretas destinadas a fazer o transporte até o aterro está sendo feito numa área que não recebeu ainda aprovação da Cetesb, a companhia de saneamento ambiental de São Paulo.

Em Várzea Paulista, na região de Jundiaí, os coletores de lixo cruzaram os braços por não terem recebido o 13º salário. Irritados, moradores fizeram uma pilha de lixo diante da sede da prefeitura, comandada por Eduardo Pereira (PT). Na empresa contratada para fazer o serviço, a Gomes Lourenço, a informação foi a de que o setor administrativo estava em férias coletivas e não havia quem explicasse o problema. A prefeitura de Várzea Paulista informou em nota que o serviço, paralisado na sexta-feira, foi retomado na noite de quarta-feira. (Colaborou Cíntia Cruz)

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Grupo liderado por vidente estoca alimentos para 'fim do mundo' (Postado por Lucas Pinheiro)

 Livros, água, alimentos, remédios e roupas de frio fazem parte de uma lista de itens de sobrevivência de um grupo em Porto Velho. Lideradas pela vidente Eunice Coelho, as pessoas já têm diversos produtos estocados em um abrigo secreto, localizado na área rural da cidade, numa preparação para o dia 21 de dezembro -- quando, segundo uma teoria controversa baseada no calendário maia, aconteceria o "fim do mundo".

“Não tenho como prever o dia certo porque as entidades espirituais trabalham com datas aproximadas", diz Eunice.  "Eles foram claros ao dizer que devíamos nos preparar para coisas ruins”, afirma.

O historiador e professor da Faculdade Porto Velho Aleks Palitot explica que o misticismo em torno do fim do mundo é, na verdade um erro de interpretação do calendário maia.

Segundo o historiador, os maias seguem um calendário cíclico, de 52 anos e, de acordo com a cultura, quando um ciclo se cumpre, provoca várias tranformações. "Essas tranformações são no apecto econômico, religioso, social, e até nos conflitos bélicos ao qual os maias estavam envolvidos, obrigando toda uma sociedade a sair do conformismo e mudar", diz Palitot.

Eunice e seu marido, o aposentado João Carlos Bespalhok, de 79 anos, são líderes do grupo Núcleo da Divina Luz Irradiante sem Limite e dizem viver experiências com "seres astrais numa forma de espiritismo invertido". Para a vidente, um alinhamento no centro da galáxia, onde estará a Terra, pode provocar eventos surpreendentes, como a mudança da correnteza dos rios e até influenciar o tempo cronometrado pelo relógio.

Bespalhok, de 79 anos,  acredita que vai acontecer uma mudança de ciclo na Terra. “As mudanças de ciclos provocam extinções de espécies. Estou me preparando para algo como o fim do mundo porque acredito nas visões da Eunice. Ela é vidente desde criança e eu acredito no que ela diz”, afirma.

Mas ele diz não se preocupar, porque esse tipo de mudança, acredita, já aconteceu outras vezes na humanidade, que permanece viva e evoluindo. “Eu sigo o que ela diz. Mas estou sentindo as coisas”, diz.

 Bespalhok diz ter medo dos fenômenos que antecederão o suposto "fim do mundo", como inundações. Por isso,  o casal está preparando mochilas de sobrevivência contendo água, remédios, pá desmontável entre outros itens. "Temos medo de não conseguir chegar a tempo ao abrigo e os itens da mochila podem nos manter por dois meses", afirma Eunice.

Segundo o casal, todas as pessoas do grupo, cerca de 20 pessoas, foram avisadas por Eunice do "comunicado emitido pelos astros" e algumas ajudam na preparação e estocagem de alimentos. Entre os produtos estocados estão cerca de 1,7 mil livros “para preservar o conhecimento e a cultura”.

“Somos casados há 17 anos e vivemos cada dia nos preparando para o pior. Mas, esperamos que o melhor aconteça. Se o mundo vai acabar eu não sei. Sei que estou preparada para isso”, diz Eunice.

domingo, 2 de dezembro de 2012


Total de municípios de classe média dobra em 10 anos

Estado de São Paulo tem as 14 cidades com maior índice de desenvolvimento municipal

Agência Estado |
Agência Estado
AE/RICARDO LISBOA
Vista aérea da avenida Paulista: São Paulo é a 32ª colocada
Mais um indicador apontou que o Brasil caminha para se tornar um país de classe média. Segundo o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), o número de municípios com desenvolvimento socioeconômico "moderado" dobrou de 2000 a 2010. Porém, os avanços ainda são concentrados: a Região Norte apresenta indicadores ruins e o Nordeste ainda precisa levar a prosperidade ao interior.
São Paulo se aproxima de um nível considerado alto - as 14 cidades com maior IFDM são paulistas, com Indaiatuba no primeiro lugar. Todas são do interior, onde está concentrada a riqueza do Estado. A capital fica em 29.º lugar no ranking estadual e em 32.º no nacional. Ainda assim, é a segunda melhor no IFDM 2010, atrás apenas de Curitiba (PR).
Calculado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), o IFDM classifica o desenvolvimento socioeconômico dos municípios numa escala de 0 a 1. Na última década, o número de municípios com nível "moderado" (entre 0,6 e 0,8) passou de 1.655 (30,1% dos 5.565 municípios do País) para 3.391 (61%). A parcela de municípios com índice considerado "baixo" (abaixo de 0,4) passou de 18,2%, em 2000, para 0,3%, em 2010.
O crescimento do emprego e da renda puxou a evolução da média nacional na década, mas o avanço nos indicadores de educação e saúde foi o principal responsável por disseminar o desenvolvimento. "O mercado de trabalho formal é muito concentrado, mesmo em São Paulo", diz o gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Guilherme Mercês.
Apesar da concentração do emprego formal em poucas cidades, o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, chama a atenção para o ritmo de crescimento. Segundo ele, a geração de vagas segue maior fora dos grandes centros, embora eles ainda concentrem os empregos. Para a classe média continuar crescendo, são necessários "políticas públicas, ações privadas e tempo", diz Neri. Segundo ele, uma década é pouco para superar as desigualdades do País.
A média brasileira do IFDM foi de 0,7899 em 2010, avanço de 3,9% ante o IFDM de 2009, refletindo a recuperação econômica de 2010 - a economia cresceu 7,5% após a leve recessão de 2009. De 2000 a 2010, o avanço na média nacional foi de 32,7%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.