sábado, 7 de maio de 2011

O uso descarado do governo, cargos e obras por Alckmin e Kassab

  Por José Dirceu

Kassab e AlckminAs ameaças do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de retaliações a prefeitos que analisaram a possibilidade de trocar de partido e ir para o PSD, e a cláusula de incentivo à infidelidade partidária incluída pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ex-DEM-PSDB) no estatuto do novo partido em formação são dois exemplos explícitos de como caminham a oposição e a futura legenda pessedista.
Para conter a debandada de prefeitos do interior que ameaçavam ir para o PSD – na prática substituto do DEM – o governador mandou avisar ao de Mogi das Cruzes, Marco Bertaiolli, que se ele trocasse o DEM pelo novo partido, cancelaria a instalação da unidade do Poupatempo na cidade e a colocaria em Suzano. Também avisou à prefeita de Ribeirão Preto, Dárcy Veras, que se ela fosse para o PSD transferiria a nova escola técnica estadual (ETEC) para Franca ou Barretos. Os dois prefeitos recuaram.
Para engrossar as fileiras de seu novo partido, o prefeito paulistano Gilberto Kassab incluiu no estatuto do PSD dispositivo que representa expressamente a garantia de que não irá exigir na Justiça o mandato dos parlamentares que, futuramente, trocarem a legenda por outra. O PSD institucionaliza, assim, a possibilidade de servir como trampolim, ou a janela que muitos queriam para não correr riscos de perder mandatos diante da lei da fidelidade.
Usam poder e máquina para fortalecer seus partidos
Moral da história: com suas ameaças de retaliações e com o desprezo à fidelidade partidária, o governador paulista e o prefeito paulistano fazem uso descarado dos governos que comandam, de cargos e obras, para manter e/ou cooptar parlamentares e lideranças.
Na prática, o dispositivo que Kassab mandou incluir nos estatutos do PSD sacramenta uma flagrante violação da fidelidade partidária, com o intuito de conquistar parlamentares em trânsito para outras legendas, na expectativa de que o Congresso Nacional aprove a chamada janela da infidelidade. A janela é o prazo de seis meses a cada quatro anos para os parlamentares mudarem de partidos.
No caso do governador Alckmin, nenhuma novidade. Os tucanos sempre governaram com o mapa político-partidário nas mãos retaliando e discriminando prefeitos do PT e da oposição nestes quase 30 anos em que detém o poder no Estado de São Paulo.

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.