terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Alckmin e Kassab já brigam por 2012

Disposto a entrar forte na corrida pelo Bandeirantes em 2014, prefeito disputa com tucano alianças e eventuais candidatos à sua sucessão

Julia Duailibi e Alberto Bombig - O Estado de S.Paulo

Adversários na última eleição municipal em 2008, o governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (DEM) começam a ensaiar uma disputa pelo controle da sucessão da Prefeitura de São Paulo em 2012.

Kassab quer dar as cartas na indicação do sucessor, o que o fortalecerá na eleição de 2014, quando pretende concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. O problema é que o futuro governador também tem planos e, segundo aliados, não deixará de indicar alguém do seu grupo para o cargo.

O atual prefeito, no entanto, impedido pela lei de disputar a reeleição, não estaria, segundo seus aliados, disposto a aceitar um candidato do PSDB sem total disposição de defender sua gestão à frente da maior cidade do País.

Kassab quer usar a eleição de 2012 como plataforma de lançamento para 2014, ou seja, precisa de um aliado que defenda sua imagem e faça propaganda de seu governo.

Embora PSDB e DEM caminhem juntos em São Paulo, os dois governantes não possuem boa relação desde a disputa de 2008, quando Kassab derrotou Alckmin, que tinha decidido concorrer à Prefeitura mesmo sem apoio majoritário do seu partido.

Dirigentes do PSDB e do DEM começaram a discutir uma saída que contemple tanto alckmistas quanto kassabistas de modo que os dois partidos mantenham a aliança no Estado.

Por enquanto, o único nome de consenso é o do candidato derrotado à Presidência, José Serra.

O tucano, no entanto, já disse publicamente não ter interesse em concorrer pela vaga.

Além disso, pesa contra Serra o fato de ter renunciado ao cargo de prefeito em 2006, quando disputou o governo paulista.

Do lado do DEM, duas soluções palatáveis são o futuro vice-governador Guilherme Afif Domingos, filiado ao partido e indicado para a Secretaria de Desenvolvimento, e o senador eleito Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), que tem boa relação com os democratas.

Alianças. Durante todo o seu governo, Kassab, que herdou a prefeitura de Serra, aproximou-se dos tucanos paulistanos a ponto de ter grande influência no diretório do partido.

Manteve ao seu lado secretários do PSDB, como Walter Feldman e Clóvis Carvalho, que deixou recentemente a Secretaria de Governo.

Apoiou a eleição o tucano José Police Neto para a presidência da Câmara Municipal. E tem nomeado quadros que atuaram na gestão Serra no Estado de São Paulo.

As movimentações, no entanto, ainda dependem da eventual ida de Kassab para o PMDB.

Embora os peemedebistas tenham apoiado a aliança PSDB-DEM em São Paulo, na última eleição, a troca de legenda por parte do prefeito paulistano poderia alterar o xadrez.

Nesse caso, tucanos apostam que Kassab poderia lançar um candidato próprio do DEM-PMDB, que concorreria contra a indicação tucana.

Interlocutores de Alckmin avaliam que o futuro governador vai tentar ditar as regras da sucessão apostando num secretário do seu governo, como fez em 2004 - ano em que, diante da indefinição de Serra, ele ameaçou lançar o seu secretário da Segurança, Saulo Abreu.

Circulam no partido dois nomes que poderiam atender a essa regra: Bruno Covas, cotado para o Meio Ambiente, e José Aníbal, que poderia ocupar a Gestão Metropolitana. Corre por fora Gabriel Chalita, do PSB, que é aliado do tucano em São Paulo.

Enquanto o quadro está bastante indefinido na seara tucana, o PT, principal partido de oposição ao PSDB em São Paulo, aposta em dois nomes para a disputa em 2012: a senadora eleita Marta Suplicy e o futuro ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante.

Marta tem a seu favor o fato de ter construído grande parte do seu capital político na capital. Mercadante conta com o entusiasmo da cúpula petista, após ter ido para o "sacrifício" na disputa pelo governo do Estado.

Dos partidos menores surgem nomes que começam a se colocar na disputa como forma de se fortalecer no trato com as legendas maiores.

Do lado do PPS, Soninha Francine.

Do PC do B, o vereador Netinho de Paula, que tentaria sair como vice na chapa do PT.

COTADOS PARA A CORRIDA
Encerrada a eleição presidencial, partidos já articulam nomes tendo em vista as negociações para a eleição de 2012

PSDB-DEM-PMDB
Senador eleito Aloysio Nunes Ferreira seria solução capaz de agradar a kassabistas e serristas, assim com Guilherme Afif Domingos. Alckmin pode apostar em nome novo, como o do deputado Bruno Covas

PT
Marta Suplicy é o nome mais forte, mas Aloizio Mercadante teve sinal da cúpula de que ficaria com a vaga depois de ir "para o sacrifício" na eleição de governador. Fernando Haddad tem a vantagem de ser nome novo

PPS
Apêndice do PSDB no Estado, o partido poderia dividir a base de "governistas" ao lançar o nome de Soninha Francine. A iniciativa abre espaço para fortalecer o nome da ex-vereadora para outros voos em 2014

PSB

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Médico Clínico e Sanitarista - Doutor em Saúde Pública - Coronel Reformado do Quadro de Dentistas do Exército. Autor dos livros "Sistemismo Ecológico Cibernético", "Sistemas, Ambiente e Mecanismos de Controle" e da Tese de Livre-Docência: "Profilaxia dos Acidentes de Trânsito" - Professor Adjunto IV da Faculdade de Medicina (UFF) - Disciplinas: Epidemiologia, Saúde Comunitária e Sistemas de Saúde. Professor Titular de Metodologia da Pesquisa Científica - Fundação Educacional Serra dos Órgãos (FESO). Presidete do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Odontologia. Fundador do PDT, ao lado de Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Carlos Lupi, Wilson Fadul, Maria José Latgé, Eduardo Azeredo Costa, Alceu Colares, Trajano Ribeiro, Eduardo Chuy, Rosalda Paim e outros. Ex-Membro do Diretório Regional do PDT/RJ. Fundador do Movimento Verde do PDT/RJ. Foi Diretor-Geral do Departamento Geral de Higiene e Vigilância Sanitária, da Secretaria de Estado de Saúde e Higiene/RJ, durante todo o primeiro mandato do Governador Brizola.