O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) irá intensificar nos próximos dias suas visitas aos bairros da capital paulista, especialmente os da populosa zona leste, em busca de apoios para concorrer à Prefeitura de São Paulo nas eleições do ano que vem. Alckmin se reuniu com seu grupo político e decidiu que a única maneira de não ser "esmagado" pela crescente parcela do PSDB que quer apoiar a reeleição de Gilberto Kassab (DEM) é se manter firme na dianteira da disputa eleitoral.
O tucano não irá assumir publicamente a candidatura, mas pretende visitar associações de moradores, sindicatos e lideranças da "sociedade civil" em busca de projetos para a cidade, além das já costumeiras aparições em eventos religiosos. Em outro flanco, ele vai procurar os principais nomes de partidos vistos como potenciais aliados, entre eles o PMDB, o PPS, o PTB e o PDT.
Líder nas pesquisas de intenção de voto, Alckmin avalia que não poderá contar com a promessa velada de José Serra (PSDB) de que o apoiará ao Palácio dos Bandeirantes em 2010 caso o atual governador consiga a indicação do partido e seja candidato ao Planalto. Para o grupo de Alckmin, nada garante que Serra concorrerá no âmbito nacional, o que o obrigaria a tentar a reeleição.
Além disso, os "alckmistas" suspeitam que o governador irá negociar sua sucessão em busca de apoios de potenciais aliados, como o DEM e o PMDB. Nos bastidores do PSDB paulista, aliados de Serra fizeram chegar a Alckmin que ele terá "dificuldades financeiras" se decidir concorrer com Kassab, já que os dois buscariam contribuições na mesma faixa do empresariado da capital.
Na análise do grupo de Alckmin, essa seria a terceira tentativa de asfixiar o ex-governador. A primeira ocorreu quando seus aliados ficaram de fora da prefeitura e do governo. A segunda, na eleição para os diretórios do PSDB, pois os "serristas" teriam se recusado a compor com o ex-governador e lançado candidatos em todas as frentes da disputa.
Kassab
O prefeito de São Paulo, que assumiu o cargo em março de 2006 quando Serra renunciou para concorrer ao governo, se diz estimulado a tentar a reeleição até mesmo por tucanos. Kassab também estaria entusiasmado com o resultado de pesquisas internas. Ele, que antes repetia apostar numa aliança com o PSDB, hoje tem afirmado que a tendência é disputar o pleito na cabeça da chapa, com ou sem os tucanos.
Segundo o prefeito disse a aliados, não há constrangimento em enfrentar Alckmin. Seu argumento é que, se abrir mão da candidatura, estará ele mesmo reprovando a atual gestão. Para o prefeito, só o PSDB poderia convencer Alckmin a esperar até 2010. Serra já tem admitido a aliados que deverá conversar com Alckmin e Kassab, mas só em março.
Principal nome do PT para a eleição de 2008, a ministra do Turismo, Marta Suplicy, só deverá decidir no próximo ano se aceita ou não o desafio de concorrer a um novo mandato.
Colaborou CATIA SEABRA, da Folha de S.Paulo
Fonte: Folha Online Uol
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